segunda-feira, 6 de junho de 2011

Reflexões a partir da Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz

 “Até que todos estejam saciados nós lutaremos, até que todos neste mundo tenham pão. Assim como Jesus, que ama a todos por igual, serviremos até que todos possam compartir o pão.”

Este é um verso da canção que foi parte da celebração de encerramento da Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz, que aconteceu em Kingston – Jamaica dos dias 17 a 25 de maio. Estas palavras estão em minha mente pois representam para mim o desafio que temos como Cristãos de servir e continuar lutando pelo pão para todos, pão este que significa justiça, igualdade, dignidade, paz.


Quando nos dedicamos a servir aos demais, passamos a observar mais as pessoas, verificando as necessidades, a maneira que podemos ser úteis e a sua maneira de ser e reagir. Durante a CEIP pude experienciar um pouco estes sentimentos. Participar de um evento a nivel mundial, servindo como steward, foi uma experiência renovadora. Eu poderia até mesmo ser ousada o bastante e dizer que o desafio de ser steward durante uma conferência como esta, é experienciar um pouco do propósito de Jesus Cristo, de amar ao seu próximo como a você mesmo, ou seja, servir aos demais da forma que você gostaria de ser servido. 

Durante o evento, optei por ser um dos stewards responsáveis por receber os participantes na plenária e atender as necessidades deles, além de disponibilizar o material necessário para participação nas sessões. Receber, auxiliar, fazer as pessoas se sentirem bem a cada vez que retornavam para mais um momento de reflexão e debate foi a incumbência dos stewards que trabalharam na tenda durante os dias da CEIP. Foi um trabalho ótimo o de servir aquelas pessoas e encontrar, a cada dia, a cada nova sessão, aquelas faces que aos poucos foram se tornando conhecidas para mim e para os demais colegas.  O contato com pessoas de diversas partes do mundo, de culturas e crenças diferentes em um curto espaço de tempo, o carinho e o retorno por um simples Bom-dia é algo que só um evento como este pode proporcionar. E como isso é bom!

Além do trabalho, muitos foram os momentos de reflexão, seja em plenária, com os relatos de mulheres e homens ao redor do mundo que experienciaram exclusão e violência de alguma forma em suas vidas, seja na fila para o almoço, durante os workshops ou, até mesmo, com atos e atitudes durante o evento que refletem a necessidade do trabalho contínuo e do comprometimento na construção de uma paz justa. Cada participante trazia consigo uma história na luta pela paz e a ansiedade em compartilhar e aprender com os demais. A oportunidade de ouvir estas histórias de luta encorajou-me ainda mais a continuar no trabalho por um mundo justo.

Como jovem, sinto me desafiada a lutar para que a paz seja parte do compromisso dos demais jovens ao redor do mundo. Espero que possamos nos engajar e compartilhar com o mundo o nosso desejo de mudança, de inclusão, fazendo uso das ferramentas de comunicação que possuímos hoje em dia. Que possamos abraçar o compromisso da luta por um mundo justo e igualitário como um chamado à nossa geração.

O desafio que fica é o de servir para a paz.  Lutar por justiça e igualdade em qualquer lugar que estejamos, seja em nossa casa, comunidade, local de trabalho, nosso país. Ser stewards da Paz no cuidado com a criação de Deus e nos comprometer com este cuidado, adotando medidas simples de preservação em nosso dia-a-dia, que fazem a diferença no todo. Servir, lutar, até que todos possam partilhar o pão da justiça e da igualdade.


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