domingo, 17 de junho de 2012

Criatitude em Comunidade - Rio+20


Como no princípio da criação de Deus, a entrada dos quatro elementos, água, terra, fogo e ar, na Igreja Martin Luther do Rio de janeiro marcou o início do culto celebrativo de integração dos jovens luteranos do projeto Criatitude com a comunidade carioca.

Através de um teatro, onde Deus e o Diabo conversavam sobre a criação e sobre o papel do homem frente às mudanças climáticas, fomos levados a refletir sobre o momento atual com a pergunta: Diante da falta de compromisso do homem com os problemas ao seu redor, quem está vencendo? Deus ou o Diabo?Como cristãos, cremos que Deus é o vencedor. A Bíblia afirma que com Cristo somos mais que vencedores. No entanto, temos que reconhecer que muitas coisas estão se passando ao nosso redor e é necessário que reflitamos o porque destes acontecimentos. Muitos se atrevem a dizer que as mudanças climáticas que têm nos afetado cada vez com mais frequência não tem nada a ver com nossas ações. Será?Deus nos colocou no mundo, o lugar correto para a raça humana, para que vivamos em harmonia com o restante da criação e sejamos Seus representantes. Porém, nós nos equivocamos ao querer dominar essa Terra que é nossa única casa, esta criação da qual fazemos parte. Devemos assumir o pensamento que os povos indígenas, com muita sabedoria, carregam ao longo das gerações: “O que fazemos à Terra, fazemos a nós mesmos.”


Durante o culto, de uma forma dinâmica, os jovens tiveram voz para expressar aquilo que estão fazendo e o que podem fazer em suas comunidades, nas diferentes regiões do país como em outros países, como em outros países, na luta por um mundo mais justo e sustentável.Além da juventude luterana, jovens presentes na Caravana da Juventude, representando a Rede Ecumênica da Juventude (REJU), da Federação Universal de Movimentos Estudantil Cristão (FUMEC), representantes da Federação Luterana Mundial (FLM), da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e o presidente da IECLB, Pastor Nestor Friedrich estiveram presentes.O abraço da paz, que encerrou a celebração, marcou o compromisso de retornarmos a nossas comunidades e continuar a luta pelo cuidado com a criação e pela mudança em prol de um mundo mais inclusivo.


Daniele Schmidt Peter 
David Mamani Huanca


Daniele Schmidt Peter e David Mamani Huanca participaram do projeto Criatitude – Rumo à Rio+20, da Secretaria Geral da IECLB e Fundação Luterana de Diaconia, com apoio da Federação Luterana Mundial. Os dois escreveram a matéria sobre o culto realizado na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana no Rio de Janeiro Martin Luther,no dia 19 à noite, com a participação da Pastora Christine Drini e do pastor presidente da IECLB, Dr. Nestor Friedrich.

O culto emocionou a todas e todas. Foi tão impressionante que uma senhora que passava na frente da igreja entrou para ver o que acontecia. Ela ficou no templo e deu seu depoimento: “Passo sempre aqui na frente, mas hoje vi tanto movimento que fiquei curiosa para saber o que estava acontecendo.”

Daniele é assessora de projetos do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA) em Pelotas, no Rio Grande do Sul, e membro da IECLB. David é estudante de Direito e secretário coordenador da Coordenação Nacional de Jovens da Igreja Evangélica Luterana Boliviana.

sábado, 16 de junho de 2012

As mulheres produtoras agroecológicas do Rio


Minha primeira atividade a caminho da Cúpula dos Povos, como representante do CAPA, foi participar de visitas aos projetos da Fundação Luterana de Diaconia – FLD. O CAPA e a FLD são parceiros estratégicos e assim, durante a Cúpula, aproveitando a visita da delegação alemã trazida pelo Serviço de Desenvolvimento das Igrejas Evangélicas na Alemanha (sigla em alemão EED), foi organizada visita aos projetos da área do Rio.
A visita foi feita à cooperativa Univerde, localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em uma região que já foi tipicamente rural. A Univerde foi criada em 2008 e é formada em sua maioria por mulheres.
Fiquei muito impressionada com o trabalho da Univerde. As mulheres e suas famílias trabalham a terra que esconde os oleodutos da Petrobrás. Cada família recebe em torno de 1000 m quadrados, onde são produzidas verduras, plantas medicinais, mandioca e milho sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos.
Foi enriquecedor ver o trabalho das mulheres e escutar delas como a vida mudou com a existência da cooperativa. A maior qualidade dos alimentos resultou na melhoria da saúde das famílias e com comercialização da produção foi possível aumentar a renda familiar. A comercialização dos produtos é feita em sacolas ecológicas entregues diretamente nas casas dos consumidores e nas feiras realizadas na cidade em diferentes espaços.


O apoio técnico à Univerde é feito pela AS-PTA - Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, também parceira da FLD, que também tem articulado grupos de jovens interessados ou já atuantes na área de agroecologia, como o Coletivo de Jovens, que coordena diversas iniciativas agroecológicas no estado do Rio de Janeiro. 
Muito legal o trabalhos ainda mais os resultados. Fiquei fazendo uma comparação com o nosso trabalho aqui no CAPA. A grande questão dessas mulheres é fazer o "milagre da multiplicação da terra".  Um grande exemplo de projeto sustentável  e de cuidado com a criação. E que venha a Cúpula o/.

domingo, 10 de junho de 2012

Criatitude

Criatitude – Rumo à Rio+20 é um programa da IECLB que vai possibilitar aos jovens luteranos a participação na Cúpula dos Povos da Rio+20, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). 
Eu estarei participando como jovem representante do CAPA. O encontro vai acontecer entre 16 e 21 de Junho de 2012 no Rio de Janeiro. 
Conforme o blog do Criatitude, ao final do programa, os participantes terão vivenciado as conexões entre realidades locais e questões políticas globais, incidência pública, meios de promoção de impacto positivo nos contextos locais, sustentabilidade, eco-justiça e as principais idéias da Rio+20 e Cúpula dos Povos.

Vejamos os resultados adelante! 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Reflexões a partir da Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz

 “Até que todos estejam saciados nós lutaremos, até que todos neste mundo tenham pão. Assim como Jesus, que ama a todos por igual, serviremos até que todos possam compartir o pão.”

Este é um verso da canção que foi parte da celebração de encerramento da Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz, que aconteceu em Kingston – Jamaica dos dias 17 a 25 de maio. Estas palavras estão em minha mente pois representam para mim o desafio que temos como Cristãos de servir e continuar lutando pelo pão para todos, pão este que significa justiça, igualdade, dignidade, paz.


Quando nos dedicamos a servir aos demais, passamos a observar mais as pessoas, verificando as necessidades, a maneira que podemos ser úteis e a sua maneira de ser e reagir. Durante a CEIP pude experienciar um pouco estes sentimentos. Participar de um evento a nivel mundial, servindo como steward, foi uma experiência renovadora. Eu poderia até mesmo ser ousada o bastante e dizer que o desafio de ser steward durante uma conferência como esta, é experienciar um pouco do propósito de Jesus Cristo, de amar ao seu próximo como a você mesmo, ou seja, servir aos demais da forma que você gostaria de ser servido. 

Durante o evento, optei por ser um dos stewards responsáveis por receber os participantes na plenária e atender as necessidades deles, além de disponibilizar o material necessário para participação nas sessões. Receber, auxiliar, fazer as pessoas se sentirem bem a cada vez que retornavam para mais um momento de reflexão e debate foi a incumbência dos stewards que trabalharam na tenda durante os dias da CEIP. Foi um trabalho ótimo o de servir aquelas pessoas e encontrar, a cada dia, a cada nova sessão, aquelas faces que aos poucos foram se tornando conhecidas para mim e para os demais colegas.  O contato com pessoas de diversas partes do mundo, de culturas e crenças diferentes em um curto espaço de tempo, o carinho e o retorno por um simples Bom-dia é algo que só um evento como este pode proporcionar. E como isso é bom!

Além do trabalho, muitos foram os momentos de reflexão, seja em plenária, com os relatos de mulheres e homens ao redor do mundo que experienciaram exclusão e violência de alguma forma em suas vidas, seja na fila para o almoço, durante os workshops ou, até mesmo, com atos e atitudes durante o evento que refletem a necessidade do trabalho contínuo e do comprometimento na construção de uma paz justa. Cada participante trazia consigo uma história na luta pela paz e a ansiedade em compartilhar e aprender com os demais. A oportunidade de ouvir estas histórias de luta encorajou-me ainda mais a continuar no trabalho por um mundo justo.

Como jovem, sinto me desafiada a lutar para que a paz seja parte do compromisso dos demais jovens ao redor do mundo. Espero que possamos nos engajar e compartilhar com o mundo o nosso desejo de mudança, de inclusão, fazendo uso das ferramentas de comunicação que possuímos hoje em dia. Que possamos abraçar o compromisso da luta por um mundo justo e igualitário como um chamado à nossa geração.

O desafio que fica é o de servir para a paz.  Lutar por justiça e igualdade em qualquer lugar que estejamos, seja em nossa casa, comunidade, local de trabalho, nosso país. Ser stewards da Paz no cuidado com a criação de Deus e nos comprometer com este cuidado, adotando medidas simples de preservação em nosso dia-a-dia, que fazem a diferença no todo. Servir, lutar, até que todos possam partilhar o pão da justiça e da igualdade.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Paz na Comunidade




"Amarás o teu próximo como a ti mesmo." "Ore por aqueles que vos perseguem." (Lucas 10:27, Mateus 05:44)


A discussão sobre a paz na comunidade, durante a Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz, na Jamaica, começou um desafio: Como vivemos a esperança de "Amar ao próximo como a nós mesmos" em um mundo profundamente marcado pela violência nas mais variadas formas?

Durante o dia, o plenário esteve focado na discussão da violência contra as mulheres, o racismo e outras formas de discriminação e de violência causados pela afirmação de identidades religiosas. Toda essa discussão com o objetivo de pregar a afirmação da dignidade e da igualdade de todos os seres humanos , re-imaginando igrejas como espaços abertos, justos e inclusivos dentro das comunidades.

Entre os palestrantes do dia, o Dr. Martin Luther King III, filho do famoso líder dos direitos civis Dr. Martin Luther King Jr, trouxe para os participantes do IEPC a reflexão sobre os caminhos do mundo acreditar na paz e na justiça. Ele reafirmou que não podemos continuar a pregar a paz e praticar a guerra.

Dr. Martin Luther King III, que vivenciou violência em sua própria família, ainda acredita que não há caminho para a paz se tentarmos resolver nossos problemas em uma ação "olho-por-olho e dente-por-um- dente ". Ele pediu às comunidades de fé que não apenas falam de fé, mas que sejam promotoras da paz, sendo um exemplo de paz no mundo, começando dentro de nossas próprias casas.

Como uma jovem participante, ao ouvir o filho de um dos maiores líderes dos direitos civis, eu me senti muito encorajada quando ele desafiou os jovens a falar sobre a paz, utilizando as ferramentas de mídia atuais como o Twitter e o Facebook. Nós, homens e mulheres jovens, podemos contribuir muito para a promoção da paz e fazer do mundo um lugar melhor. Precisamos fazer desse tópico o nosso compromisso e partilhar o que estamos fazendo para promover a paz em nossa comunidade.

Todos os dias, em nossas diferentes realidades somos confrontados com discriminação de pessoas e a luta por justiça. Existem tantas pessoas sem acesso às necessidades básicas e o que estamos fazendo para promover a justiça para essas pessoas? Como podemos ajudá-los a alcançar paz? Em outras regiões, temos pessoas sofrendo por conflitos religiosos. Como estamos enfrentando isso e como nós estamos tentando ajudar as nossas comunidades a resolver estas perguntas? Algumas pessoas sofrem a discriminação por serem mulheres ou parte de uma minoria da sociedade. Não podemos aceitar isso.

Nossas comunidades estão fazendo alguma coisa. Ainda assim, não é o suficiente. No entanto, nós precisamos compartilhar com os outros o que já estamos fazendo e como é possível transformar a realidade criando um mundo melhor com a inclusão de todos. Talvez, o início possa ser participando e ajudando projetos em nossas igrejas. Talvez, partilhando com outros o nosso trabalho. Você também pode fazer algo evitando a discriminação das mulheres e das minorias. Você só precisa participar e fazer parte deste chamado.

O desafio consiste em amarmos o nosso próximo como a nós mesmos, como Cristo disse.

Vou finalizar com as palavras de Martin Luther King III: "Temos de fazer deste mundo um lugar melhor. Compartilhe no Twitter o que vocês estão fazendo. São pessoas jovens que têm de liderar esta luta. É nossa vocação. Cada geração tem um chamado. Talvez o chamado desta geração seja a luta por um mundo mais justo."